segunda-feira, 14 de junho de 2010

Comida Itinerante

A Folha de São Paulo publicou em seu caderno "Ilustrada" de 27 de maio, uma matéria sobre a comida servida nas ruas de oito metrópoles mundiais. Dentre elas, duas francófonas: Genebra e Paris. Veja as impressões de Luciana Coelho, correspondente da Folha, da street food encontrada nestas duas cidades.



Castanhas e Vinho Quente aparecem no Frio

Genebra não é uma cidade pródiga em comida de rua, mas as coisas mudam de cara no inverno.

É com o frio que aparecem as barraquinhas de vinho quente, e algumas ruas são tomadas pelo aroma da castanha portuguesa assada.

Na rue de Rive, a principal rua comercial da cidade, elas são várias a partir de outubro. Mas ao longo do passeio que ladeia o lago Leman, também há castanhas.

Mais típico ainda do inverno é o vinho quente, e um bom lugar para bebê-lo, a 3,50 francos (R$ 5,70), é a feira aos sábados na Place du Marché, no Carouge. Na versão tinta ou branca, a bebida é servida apenas com cravo.

Mas a oferta da parte francesa da Suiça é mais acanhada do que a do lado alemão, onde quiosques de pretzel e salsichão são comuns.

Por vezes, tropeça-se no inusitado. Com o inverno encerrado, uma banquinha no estádio Nyon, a 20 km de Genebra, vendia racletes.

Boa parte da graça está no ritual de raspar o queijo colocado em uma resistência que o faz derreter. E a porção servida em pratinhos plásticos não é muito generosa. Estando na Suiça, porém, é difícil maldizer qualquer coisa que inclua um laticínio.


Baixa Gastronomia não fere a Reputação de Meca Gourmand

É verdade que comida de rua não é praxe na França, onde o almoço é um ritual a respeitar. Mas os apressados têm em Paris uma baixa gastronomia que em nada fere a reputação da cidade de meca gourmand.

Tampouco os sabores são exclusivamente nativos: uma das melhores comidinhas de rua é um falafel. Sai quente, com tahine e salada, de um estabelecimento judaico na rue des Rosiers, uma das vias labirínticas do Marais, que mal comporta as filas ante o L´As du Fallafel.

Os bolinhos de fava fritos, postos no pão-pita com homus e beterraba ralada, custam 5 euros (R$ 12,00). Há um pequeno salão por trás da portinhola, mas a graça é comer na rua, em pé.

Os tradicionalistas pedirão crepes, e a oferta é farta. As boas barracas cozinham a massa na hora. Fuja das que têm crepe pronto, apenas para aquecer e rechear diante do freguês - a massa fica murcha e borrachenta.

Esta repórter ainda não encontrou um melhor do que o de uma banquinha na rue de Halles, 30, onde o boulevard de St. Michel cruza o de St. Germain. Ali, os crepes são ansiosamente aguardados por uma pequena multidão.

Os recheios são clássicos: ovos, presunto, queijo, tomate e bacon. Versões doces são igualmente apetitosas.


Folha de São Paulo, 27 de maio de 2010

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